Saúde da mulher: 45% da população feminina convive com varizes

O Dia Internacional da Mulher é uma data especial e que deve ser lembrada, assim como o cuidado com saúde da mulher que, normalmente, é deixado de lado por causa das muitas tarefas que a mulher assume no dia a dia. Você sabia que as varizes, que causam inchaço e dores, são mais comuns entre as mulheres? Estatísticas da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) indicam que 38% dos adultos convivem com as varizes e número é ainda maior no público feminino, onde 45% apresentam a condição.

Afinal, por que as mulheres?

Segundo o médico angiologista João Sahagoff, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV-RJ), as mulheres são normalmente mais acometidas pelas varizes que os homens devido ao estrogênio que altera as paredes das veias e afeta as válvulas responsáveis pelo controle da passagem do sangue dentro delas. Além disso, as mulheres usualmente já utilizam anticoncepcionais o que pode agravar aquelas que tem varizes e “vasinhos” (microvarizes ou telangiectasias) e também na gravidez elas vivenciam o pico desse hormônio.

Importante dizer que as mulheres atuais trabalham bastante, consequentemente ficando longos períodos em pé e sentada e, ao chegar em casa, ainda enfrentam diversas tarefas domésticas que as obriga a continuar em pé propiciando varizes e edema (inchaço).

O especialista reforça a importância de ter uma avaliação para correto diagnóstico e posterior tratamento e acompanhamento do caso com médico angiologista ou cirurgião vascular. Somente ele pode receitar o melhor medicamento para controle das varizes, avaliando também a possibilidade de algum tratamento específico, como a escleroterapia (“aplicação”), dicas para diminuir o desconforto, através do uso de meias elásticas, por exemplo, e até cirurgia.

As varizes são veias superficiais dilatadas e tortuosas que se desenvolvem nos membros inferiores. O surgimento delas tem um fator hereditário importante, e a doença pode ser agravada por certos hábitos de vida como, por exemplo, o sedentarismo. Estudos nacionais mostram que elas surgem mais frequentemente a partir dos 30 anos e vão ficando mais comuns ao longo do envelhecimento. Com o fator do isolamento social, devido à pandemia de Covid-19, a falta de exercício e movimento do corpo causando obesidade são hábitos para ficar bastante atento!

Dicas para evitar que o problema se agrave:

- Hidratação (beba bastante líquido) e faça caminhadas se possível com exposição ao sol.
- Modere o consumo de sal e de alimentos gordurosos e salgados. Consuma saladas e alimentos ricos em fibras. Controle o seu peso e tenha hábitos saudáveis. Não fume! O cigarro é inimigo da circulação.

Os médicos alertam que a pessoa não deve ficar muito tempo em pé parada ou sentada com as pernas para baixo e que o uso de cintas abdominais apertadas também podem resultar em diminuição do retorno venoso e agravar as varizes. Prefira usar meias elásticas de média compressão, principalmente se for ficar muito tempo em pé.

Uso de remédios

Discuta com seu angiologista/ cirurgião vascular em acordo com o seu ginecologista se a injeção ou a pílula anticoncepcional é o melhor método contraceptivo, caso haja predisposição genética à insuficiência venosa. Para melhorar a circulação, deite com as pernas levantadas acima do nível do coração por 30 minutos, 3 vezes por dia ou coloque um calço em torno de 8 a 10 cm debaixo dos pés da cama. Somente sob prescrição médica, faça uso dos medicamentos (flebotônicos) para controle das varizes.

Longas viagens

Em viagens com mais de duas horas, pare, ande e movimente as pernas e os pés. No avião ou no ônibus, caminhe pelo corredor, movimente joelho, panturrilha, tornozelo e dedos dos pés, beba bastante água, evite roupas apertadas, evite ingerir bebida alcoólica, utilize meias elásticas (compressivas) e não cruze ou sente sobre as pernas.