O interior novamente no poder

O interior novamente no poder

Por Cláudio Magnavita*

O estado de Minas Gerais tem 853 municípios. O estado de São Paulo, 645. No meio dos dois, o Rio de Janeiro, com apenas 92. Lidar com 92 prefeitos é bem diferente do que tratar com centenas.

O municipalismo no Rio permite uma ação personalizada e relacionamento de proximidade. O município mais distante fica a três horas da capital, que, estrategicamente, está localizada no centro do estado.

É nas cidades do interior que a alma fluminense vive. Vários governos estiveram de costas para uma agenda municipalista e viviam na bolha da capital. Foi a herança da Guanabara e da cidade-estado que menosprezou o interior.

Quem rompeu esta norma foi o ex-governador Anthony Garotinho, que trouxe a força do interior para o Guanabara. Na gestão de Luiz Fernando Pezão, um ex-prefeito de Piraí, o interior passou a ser protagonista deste cenário político e se estabeleceu no núcleo do poder.

O ex-governador WW, pensando 24 horas em Brasília e no Planalto, relegou o interior a um plano secundário. Hoje, a visão municipalista do governador Cláudio Castro coloca novamente o interior como protagonista. Seus mais atuantes secretários são ex-prefeitos. Sua agenda no interior lota as praças, que festejam um governador que ama visitar as cidades, e não ver isso como fardo. Talvez seja esta sua característica que está enlouquecendo os adversários. Como ex-vereador, a matriz de Castro é munícipe. Ele está conseguindo unir o Rio e virando um agente de união.

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã