Crise hídrica eleva consumo de água mineral na pandemia

Joana Cunha (Folhapress)

A indústria de água mineral prepara um aumento de produção para responder à alta na demanda que já vem registrando por causa da crise hídrica em cidades do interior de São Paulo e alguns pontos da capital paulista.

Segundo Carlos Alberto Lancia, presidente da Abinam, associação do setor, a demanda cresceu cerca de 20% na região de São José do Rio Preto (SP), nos últimos dois meses. Em Atibaia, a alta chega a aproximadamente 10%, incremento que também foi registrado em alguns bairros de São Paulo no período, diz Lancia.

As vendas de água mineral pela indústria costumam crescer em tempos de crise hídrica quando os bares, restaurantes e até pessoas físicas começam a estocar o produto com medo de faltar.

Lancia afirma que a indústria tem capacidade para triplicar a produção e prevê contratações para novembro. "Já estamos levantando os profissionais para aumentar o turno", diz.

Segundo ele, os fabricantes trabalham hoje com um turno e devem elevar para dois na terceira semana de novembro. "Não podemos esperar piorar. E, se esse cenário continuar, vamos trabalhar 24 horas por dia", afirma.

A falta de embalagens é uma preocupação por causa do incêndio em agosto na fábrica da Indorama (PE), principal produtora de resina PET no país. "Existe a possibilidade de faltar material, mas não no caso das embalagens retornáveis", afirma.

Outro movimento recente característico da crise hídrica é a corrida para comprar caixas d'água, que voltou a aparecer no varejo de material de construção. Redes como C&C, Leroy Merlin e Obramax já registraram aumento nas vendas do produto.