Coluna Magnavita: O “Príncipe” do PSC pede para sair

Foi entregue ontem a carta com pedido de demissão de Felipe Pereira assessor especial do governador afastado. A exoneração, a pedido, foi encaminhada pela Casa Civil para publicação no Diário Oficial de hoje.

Filho do pastor da Assembleia de Deus, Everaldo Pereira, presidente do PSC, Felipe foi colocado como guardião dos interesses do seu grupo na sala ao lado do gabinete de Witzel.

Ele participava de todas as reuniões, especialmente das que tratavam de temas ligados a saúde. O ex-secretário Fernando Ferry revelou à coluna que WW só começava as reuniões quando o filho do pastor chegava.

Sua prisão provisória foi decretada na Operação Tris in Idem. Ao sair de Bangu, protocolou uma carta com pedido de férias. Regressou no último dia 8 e só agora, 20 dias depois, entregou seu pedido de exoneração, acabando com um constrangimento que só se agravava.

Proibido pela justiça de ter contato com outros investigados pela operação, não pode sequer visitar o pai no sistema carcerário de Bangu.

No início do Governo, tinha status de “Pequeno Príncipe”, com livre trânsito em todas as instâncias, além de ser um dos poucos com acesso direto ao gabinete de WW. No Palácio, chamava atenção sua coleção de relógios caros e sapatos de griffe. Para ele, o mundo mudou completamente nos últimos meses, vivendo uma nova realidade completamente diferente do início do ano.

Sua permanência no Governo foi um ato humanitário dos atuais dirigentes do Guanabara, sensibilizados com a profunda depressão em que o rapaz mergulhou.

Extremamente religioso, o governador Cláudio Castro procurou cuidar do caso com uma visão humanitária, assumindo o risco de desgaste político, apesar da pressão de assessores e da mídia.