Por Cláudio Magnavita *
A operadora OI (antiga Telemar) conseguiu paralisar o Governo do Estado do Rio de Janeiro nesta terça, 26 de janeiro, desconectando a maior parte das secretarias e órgãos estaduais. O Sistema SEI, responsável por todos os processos eletrônicos de um governo 100% digital, está fora do ar. Na prática isso significa que nada pode ser acessado na administração pública estadual: nem despachos , encaminhamento de ofícios e outras rotinas administrativas. Remotamente ninguém tem mais acesso a nada. É como se toda a memória do estado evaporasse.
A decisão radical da Oi decorre da existência de uma dívida de consumo que passou a ser questionada pela primeira vez pelo Proderj. Uma auditoria foi aberta é uma revisão de valores foi solicitada, já que os serviços oferecidos são muito superiores aos fornecidos pela própria operadora no mercado. O Estado paga por links dedicados de apenas 10 MB , até 20 vezes mais do que um usuário comercial.
RESTO A PAGAR
Um dos escândalos de resto a pagar no Governo Witzel foi o pagamento, sem nenhum questionamento ou deságio, de faturas que chegavam a R$ 86 milhões. O “feito milagroso” fez a festa de alguns escritórios de advocacia que envolvem sobrenomes famosos no judiciário e levou a empresa a tentar a reagir ao questionamento das contas em aberto.
“A Oi precisa compreender que o Governo é outro e que não existe mais a fórmula que liquidava faturas sem questionamento “ afirmou na madrugada de ontem uma alta autoridade do estado .
A PGE entrou com uma liminar na justiça estadual pedindo a reabilitação do sinal de internet em todo o Governo. A paralização do SEI e do sistema financeiro de pagamentos prejudica áreas delicadas como saúde e segurança, em pleno cenário de pandemia .
A OI (Telemar) em recuperação judicial não emitiu nenhum comunicado público sobre a sua atitude, até a publicação desta notícia. Já o Governo do Estado , em alguns grupos emitiu o seguinte comunicado aos funcionários, boa parte dele em trabalho remoto :
“Bom dia a todos.
Informo que a oi suspendeu a prestação dos serviços de comunicação de dados para a maioria dos órgãos estaduais.
Em consequência disso estamos sem internet e sem acesso aos sistemas corporativos, entr eles o Sei-Rj, siga e siafnet.
O Proderj está atuando para resolver o problema.”
*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã
