Aula de consciência ecológica

Por Marcio Correa

Um dos mais talentosos jornalistas de sua geração, Cesar Tartaglia apresenta em “Brigada Mirim Ecológica da Ilha Grande - 30 anos” (Chermont Editora/distribuição gratuita) um trabalho exemplar, que poderia - e deveria - ser imitado por grupos ambientais, corporações e prefeituras de todo o país.

A história começa em março de 1989, quando o Conselho de Desenvolvimento Sustentável da Baía da Ilha Grande (Consig) criou um batalhão de gente empenhada em reverter o processo de degradação do meio ambiente na ilha.

Esse movimento deletério vinha de longe, mas em câmera lenta, preocupando os moradores e empresas que viviam da ilha, mas passando ao largo das decisões de governo.

A situação ficou mais delicada a partir da desativação da famosa colônia penal de Três Rios. Não deixa de ser curioso a propósito, que a presença do presídio de Ilha Grande, que ficou em atividade até 1994, desestimulasse a invasão da ilha.

Foi a partir daí que a região da Ilha Grande começou a sofrer com a ocupação predatória, prejudicando não só o ambiente como a própria economia da ilha, altamente dependente do turismo na baía.

Contra a exploração desenfreada e ilegal, nada melhor que a conscientização e, claro, arregar as mangas. É aí que a Brigada Mirim Ecológica entra em campo, valorizando os recursos naturais do santuário que, em julho do ano passado, recebeu o título de Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade, ao lado da cidade histórica de Paraty, também no Estado do Rio.

O livro do Tartaglia conta como se estrutura a brigada. A recuperação da fauna e da flora é um trabalho de formiguinha e tremendamente recompensador para mais de mil jovens que fizeram parte do time, que se beneficiaram também com cursos e atividades culturais ou profissionalizantes.

O livro é uma graça e está sendo distribuído gratuitamente aos turistas de Ilha Grande.