Presidente da CNC, Roberto Tadros é afastado pela justiça do Amazonas

Suspeita de improbidade administrativa sustenta decisão

Por suspeita de improbidade administrativa, o Tribunal de Justiça do Amazonas decidiu afastar o presidente da Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC), José Roberto Tadros do cargo.

De acordo com o juiz Leoney Figliuolo, da 2ª Vara da Fazenda Pública do Amazonas, que proferiu a decisão, "há provas suficientes para concluir que Tadros recebeu vantagem indevida de forma dolosa (com intenção).

Além de ter auferido R$ 536 mil dos cofres do Sesc incorporados ao seu próprio patrimônio com a locação, cujo contrato teve prazo de dois anos, a um custo mensal de R$ 18 mil, Tadros teria embolsado outros R$ 679 mil, igualmente provenientes do Sesc-AM, referentes à reforma do prédio alugado.

A decisão do Judiciário amazonense foi tomada em razão de evidências de que Tadros teria se beneficiado de recursos do Sesc, quando este presidia a entidade no Amazonas. Como a ação permite recurso, o dirigente poderá continuar no posto.

De acordo com a ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM), o Sesc-AM teria celebrado, em 2015, contrato de locação com a Tropical Comércio de Derivados de Petróleo, empresa que tem Tadros como sócio majoritário. Ou seja, o atual presidente da CNC teria atuado, ao mesmo tempo, como locatário e locador do imóvel.

Caso seja mantida, a decisão do tribunal igualmente suspenderia os direitos políticos de Tadros, além de proibi-lo de efetuar novos contratos com o Poder Público ou fazer jus a benefícios ou incentivos fiscais. Tanto Tadros, a Tropical Comércio e a secretária-geral da CNC, Simone de Souza Guimarães, foram condenados a pagar uma multa no montante de R$ 7,2 milhões. A decisão da justiça amazonense foi recebida com "surpresa e indignação" pelo presidente da CNC.