Por Rodrigo Bethlem*
Há um ano do início do processo eleitoral, o que começa a se desenhar é uma polarização entre o governador Cláudio Castro, que é candidato à reeleição, e o candidato do maior visibilidade à esquerda, Marcelo Freixo.
Nesse sentido, a última pesquisa do instituto IDEA, publicada pela revista EXAME, mostra um pouco desse cenário.
Os dados mostram Marcelo Freixo com 22% e Cláudio Castro com 21%. Além disso, incluíram o nome do prefeito Eduardo Paes, apesar do próprio já ter anunciado que não é candidato, e a intenção de votos para ele é de 16%.
Mais atrás vem o candidato Rodrigo Neves com 7%. Com isso, esses seriam os quatros primeiros colocados.
Evidencia-se que o Surpreendente nessa pesquisa é a colocação baixa na intenção de votos do prefeito Eduardo Paes, já que acabou de ser eleito no Rio, e está tento uma grande visibilidade, assim como todos os prefeitos do Brasil devido à vacinação.
Tanto Marcelo Freixo, quanto Cláudio Castro, que lideram a pesquisa, possuem cada um as suas fragilidades. Isso porquê, Freixo vai ter que se livrar do estigma de bandeiras que, certamente, o impedem de ser um candidato competitivo no segundo turno. Bandeiras essas que afetam o eleitorado mais conservador, como a liberação de drogas, a defesa dos direitos humanos para pessoas que cometeram crimes, abortos e etc.
Vai ter, também, o desafio de unir a esquerda, o que não deve ser tarefa simples. Afinal, desde a última semana, o próprio presidente do PT deu declarações antagônicas a essa união.
Por outro lado, o governador Cláudio Castro vai ter o desafio de ser tornar mais popular, pois ainda é um candidato pouco conhecido do eleitorado. E, justamente, por isso até surpreende seus índices neste momento, há um ano da corrida eleitoral.
Esse cenário demandará dele um esforço muito grande de comunicação e de agendas com prefeitos, que são atores políticos fundamentais para que essa taxa de conhecimento cheguem a níveis importantes.
Sinceramente, não vejo, a não ser que surja um fato muito relevante, grandes novidades no processo eleitoral ano que vem.
O Eduardo Paes, que poderia romper um pouco da polarização, além de dizer que não é candidato, já aparece com índice abaixo que os dois primeiros.
Além disso, o General Mourão já declarou publicamente não ser candidato, ou seja, dificilmente a eleição se desenhará do que estamos vendo hoje.
*Ex-deputado e consultor político
