Por Cassio Nogueira de Castro*
Pouco a pouco se vem implodindo o serviço público no País. A reforma administrativa está vindo para jogar uma pá de cal, sepultando o que resta. O ingresso no serviço com exceção dos comissionados se dá exclusivamente por critério objetivo de conhecimento, através de concurso público. Claro, que esse sistema não é o melhor dos mundos. Existem outras formas que poderiam contribuir, incluindo também critérios subjetivos para ingresso, buscando aprimorar a seleção e recrutamento.
É uma proposta de retrocesso e perda de direitos e garantias que foram conquistados com muita luta. O discurso político de que a máquina esta sobrecarregada recaindo a culpa sobre os gastos de pessoal é uma distorção da realidade. Quando comparamos com outros países percebemos que não é bem assim. A média Brasil está abaixo de acordo com OCDE.
Devemos assegurar os direitos e prerrogativas do funcionalismo para evitar retaliações, caso denuncie gestores corruptos e inescrupulosos. É uma importante engrenagem de um complexo sistema que faz o Brasil ser gigante. Eles são a memória viva de toda uma repartição distante da descontinuidade das sucessões dos governos.
O servidor não está em um pódio privilegiado como pensam alguns. Pelo contrário, o servidor é uma pessoa que tem vocação de servir a sociedade desguarnecidos da blindagem CLT.
A carreira e a estabilidade deixaram de ser um atrativo. Se dedicar a aprovação em um concurso sem direitos preservados é um tiro no pé.
Afinal, o que sobrará do Brasil sem o servidor público. Será fatal para a administração pública ter um corpo operacional exclusivo daquele governo que está no poder. O servidor publico deve servir aos governados e não aos governantes.
*advogado e servidor