Operação Sangria apura contratos superfaturados no Amazonas

Por Guilherme Cosenza

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (08), com apoio do Ministério Público Federal e da Controladoria-Geral da União, a segunda fase da Operação Sangria, onde são investigados práticas de crimes, como pertencimento a organização criminosa, fraude à licitação, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro.

A ação feita visou cumprir 14 mandados judiciais, expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça, dos quais nove são de busca e apreensão e cinco de prisão temporária.

Todos na cidade de Manaus.

Na primeira fase da operação, verificou-se uma empresa de vinhos, que utilizando-se de empréstimos, adquiriu de uma empresa local os respiradores pulmonares. Em seguida, revendeu-os ao Estado do Amazonas com preço superfaturado. Já o dinheiro recebido pelo Governo do Amazonas foi remetido ao exterior, para uma empresa aparentemente de fachada.

Assim, a partir dessas provas, após o cumprimento dos mandados judiciais na primeira fase, identificou-se que mais funcionários do alto escalão da Secretaria de Saúde do Amazonas também participaram do processo de contratação fraudulenta para favorecer grupo de empresários.

Há indícios de que a aquisição destes respiradores seria apenas o início de outros esquemas de compra de equipamentos que seriam realizados durante a pandemia.

Foram apreendidas propostas de preços de respiradores de diferentes empresas na posse de apenas um empresário, sem razões aparentes.

Observou-se, ainda, a participação efetiva de sócio oculto ligado a uma empresa investigada, o qual, com o lucro obtido de maneira fraudulenta, investiu na aquisição dos testes rápidos para covid-19, com a finalidade de revender ao Estado do Amazonas e aumentar o proveito da vantagem obtida de maneira ilícita.