Gutemberg Fonseca: 'sou do time que trabalha com a verdade'

Nascido em Jacarepaguá e hoje morador da Barra da Tijuca, Gutemberg de Paula Fonseca é um desses profissionais que tem na gestão o seu foco principal, aplicando seus preceitos às tarefas mais variadas. Gestor público pós-graduado em Administração e Marketing, empresário há 18 anos, já foi árbitro de futebol e, cansado de assistir a dificuldades de governos, abraçou a vida pública, acreditando na mudança. Tudo com muita objetividade e a simplicidade de quem começou a vida ajudando o pai a vender ovos, batatas, tomates e cebolas.

CORREIO: Como foi sua primeira relação com o trabalho?
Gutemberg – Sempre quis fazer jus ao dinheiro que meu pai me dava. Então, aos 15 anos de idade, comecei a trabalhar com ele, ajudando na venda de alguns produtos para o comércio, como ovos, cebola, tomate e batata. Depois, aos 18, tirei a carteira e virei motorista. Foi aí que também passei a dirigir e fazer o transporte dos produtos.

CORREIO: O senhor também foi árbitro de futebol e é empresário do ramo da comunicação. Em que momento, houve o estalo para entrar na vida pública?
Gutemberg – Hoje em dia eu já possuo 18 anos na carreira de empresário. Nunca tive pretensão política alguma. Mas, depois da mudança de 2018, resolvi arregaçar as mangas e deixar um legado na vida pública, em vez de ficar sentado no sofá, e reclamando das coisas

CORREIO: Como foi o desafio de ser árbitro de futebol e chegar a ser árbitro da FIFA?
Gutemberg – Foram 12 anos de carreira. Diversos clássicos, diversas finais, fui eleito duas vezes o melhor árbitro do Rio de Janeiro, e sou muito grato, porque aprendi muito com o futebol a tomar decisões rápidas.

CORREIO: E o que o senhor diz do Gutemberg empresarial?
Gutemberg – Muito responsável com as entregas, porque, afinal de contas, é o que o cliente espera de você. Hoje, trabalhamos com a comunicação no que diz respeito a criação de campanhas, estúdios fotográfico e de filmagem, bem como marketing digital. Atendemos algumas contas privadas, desde supermercados até shopping-center.

CORREIO: Agora, vamos falar mais da sua vida pública. Como lidou com suas atividades profissionais na pandemia?
Gutemberg – Olha, ver as pessoas abaladas, confusas, com medo, precisando de assistência, e sem saberem do que esse terrível vírus seria capaz... as mortes acontecendo... a tristeza em meio ao desconhecido... Enfim, faltava tudo. Desde a mão-de-obra até insumos. Até aqueles que queriam ajudar tinham medo de ir para a rua por ter que lidar com o desconhecido. Isso tudo me provocou intimamente para a necessidade de agir rápido e eu fazer o meu melhor. Posso dizer que aprendi nesse período o equivalente ao que aprenderia em dez anos. Estava secretário de Ordem Pública e fui instado a assumir a gestão do Gabinete de Crise da Prefeitura do Rio, que me fez relembrar quando eu era árbitro de futebol no que diz respeito às tomadas de decisões em frações de segundos, pois vivíamos com o inusitado a cada segundo.

CORREIO: Mas qual a relação entre as tarefas que o senhor já desenvolveu, inclusive essa tão importante no gabinete de crise, com a vida pública?
Gutemberg – Acredito que essa experiência trouxe à tona uma capacidade para gerir diferentes assuntos com uma característica necessária às gestões públicas, a rapidez de ação. Tento, humildemente, praticar isso, sem deixar de ouvir toda a equipe, sempre buscando a melhor tomada de decisão.

CORREIO: Entrar para a vida pública significa também estar exposto a ataques. Como lida com isso?
Gutemberg – Com a certeza de que quero fazer o melhor, construir resultados positivos, e que atendam ao interesse público. Tenho ainda uma relação sólida de quem já ouviu barbaridades como árbitro de futebol (risos). Pior do que ser atacado é ouvir xingamentos à própria mãe. Então, depois disso, é enfrentar o que vier de peito aberto sempre ao lado da verdade.

CORREIO: Quem está na vida pública é, por várias vezes, envolvido em denúncias de corrupção. Tem receio disso?
Gutemberg – O servidor público que tem receio de ser investigado não pode ser servidor público. Tenho nojo de corrupção e falcatruas. A população precisa ser servida. Não é porque há maus gestores públicos que todos serão maus. Não tenho medos, tenho vontade de fazer o melhor, e pronto. Acusações vazias não mancham meu currículo nem a minha vida. Eu me dou ao respeito e sou do time que trabalha com a verdade. O versículo da Bíblia ‘Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará’ é a melhor tradução para quem quer fazer acontecer e, ao mesmo tempo, viver com a consciência em paz.

CORREIO: Qual a sua visão em relação a tudo que vem acontecendo em governos, e a acusações de todo tipo na política?
Gutemberg – É lamentável, porque quem mais perde com isso é o estado do Rio, a população, o povo. Isso tudo passa uma insegurança jurídica muito grande a quem, de fato, quer investir no Rio. Empresas deixam de entrar e outras querem sair. Para piorar a situação, veio a pandemia e ninguém estava preparado para isso. Saímos de uma crise econômica e mergulhamos no mar desconhecido da covid-19. Mas o brasileiro não perde nunca a fé, e eu creio que, com dedicação e a participação de todos, vamos sair dessa e voltaremos com a vida normal.