O “Paes dos Bombeiros” acredita na força da experiência

Bombeiro-militar há 30 anos, protetor da natureza e um fomentador do turismo carioca. Este é um breve resumo de quem é Marco Aurélio Paes, diretor institucional da Associação Comercial e Industrial do Recreio e Vargens, candidato a vereador pelo Republicanos. Formado em direito, Paes já passou pelo Instituto de Florestas (atual Inea), subsecretaria de Meio Ambiente de São João de Meriti, secretaria de Trabalho e Renda do Estado do Rio, onde trabalhou como assessor e subsecretário interino, e Secretaria de Turismo do Estado do Rio, onde foi Diretor de Operações da TurisRio, a Companhia de Turismo do Estado do Rio, e chefe de gabinete da secretaria. Nesta entrevista ao CORREIO DA MANHÃ, detalha seus projetos, caso ganha uma cadeira no palácio Pedro Ernesto.

CM: Por que se candidatar?

MP: Na verdade não era o meu projeto ser vereador, eu apoiava alguns, na realidade. Mas após conversar com amigos, familiares e fazer uma avaliação pensando em uma renovação, vi que poderia levantar a bandeira do meio ambiente, turismo e acessibilidade e do esporte como vereador.

CM: Você se diz bombeiro de farda e guarda-parque de coração. Explique isso.

MP: Sou militar do Corpo de Bombeiros há 30 anos e me especializei em guarda-parque, que são os profissionais que trabalham com especialidade de conservação, o que vai desde o trabalho científico até o combate do fogo. Ele cuida dos espaços de conservação do Rio de Janeiro.

CM: Você já tem esse forte apelo pelo meio ambiente vindo do seu trabalho como bombeiro. O que você acredita que possa fazer por ele como vereador?

MP: A questão de ser candidato é de não ser só o novo, mas também ter uma noção do Executivo, ter noção do que você está fazendo. Um dos meus pilares é o meio ambiente, porque é algo que eu conheço há muitos anos. Fui chefe de fiscalização do meio ambiente do Instituto Nacional de Florestas, fui o primeiro guarda-parque do estado e coordenei a equipe de guarda-parques do Rio. O meio ambiente é uma bandeira que eu levanto porque acho muito importante para o bem-estar do carioca.

CM: O que você vê de errado no meio ambiente da cidade e o que você pretende fazer para melhorar?

MP: O Rio de Janeiro está muito abandonado e sujo. Em relação ao meio ambiente, o maior desconforto são as construções irregulares. O que precisa ser feito é parar com elas e ajudar a regularizar as que podem ser construídas. Uma operação dessa natureza só pode acontecer com a força do Ministério Público, somado às instituições integradas. Necessita de fato de uma Segurança Ambiental para que possa ter sucesso e eliminar ou diminuir as construções irregulares. Mas o Estado e o Município precisam ajudar e facilitar quem quer se regularizar.

CM: O Município conseguiria ajudar o Estado nessa questão de regularização?

MP: Acho que sim, temos vários programas integrados que mostram ser possível. Mas é importante que o Ministério Público dê suporte no momento da execução.

CM: Focando no turismo, agora: o que uma cidade limpa pode ajudar no desenvolvimento do setor?

MP: Uma das bandeiras do turismo é fazer uma limpeza nas ruas. Tirar a população da rua e dar a ela tratamento de saúde pública. O outro ponto necessário é trazer de volta a sensação de segurança. Se trouxermos essa sensação de volta ao morador, que precisa resgatar o otimismo na sua cidade, o turista virá e poderá sentir isso.

CM: E como fazer com os moradores de rua?

MP: Essas pessoas já têm para onde serem levadas, mas é necessário mais, oferecer um tratamento médico a eles, fazer um tratamento, entender que isso é um problema de saúde pública. Não apenas levar para o hospital e depois largar ela de mão. Precisam ser levadas para algum lugar para melhorar. É um trabalho maciço a ser feito, porque o número de abandonados é muito grande.

CM: Quem é o publico que você acha que vai votar em você?

MP: São pessoas simpatizantes com a questão ambiental, ao fomento do turismo, vendo a importância econômica dele, além das pessoas de acessibilidade, melhor idade e deficiente físico. Tenho uma mãe que hoje é cadeirante e sei os problemas que existem. Coissa muito simples que as vezes passam despercebidas como o espaço aberto para as portas. As construções pensam em portas de 70 cm, porém as cadeiras são de 90 cm a 1,10m. Então quero defender pontos como esses para que se leve em conta a construção de imóveis e de áreas que tenham acessibilidade. Outra bandeira que eu levanto é do esporte, pois foi ele que me levou até onde cheguei. Quando novo, fazia natação no Flamengo e de lá saiu a ideia de virar bombeiro em 1990 na área de salvamento marítimo.


CM: Tem alguma região específica que você acredita ser mais forte?

MP: Acredito que nas regiões lagunares. Por isso, vejo Sepetiba, Praia da Brisa, Barra de Guaratiba, Vargem Grande, Vargem Pequena, Barra da Tijuca, Recreio e uma boa parte de Jacarepaguá. São regiões de grande importância na Zona Oeste. Essa região lagunar é muito rica, tanto para o esporte como para o turismo, então ela precisa ser acessível. É uma luta que envolve todas as nossas bandeiras, é uma maneira de fomentar a economia, preservando o meio ambiente e deixando acessível não só para o morador, mas com pessoas de fora do estado e do país.

CM: Muitas pessoas turismo e meio ambiente são bandeiras antagônicas. O que você acha?

MP: É possível e importante caminhar junto. Com uma bandeira de meio ambiente que você pode fazer o fomento do turismo, que por sua vez pode ser completado com as ações em cima do meio ambiente. Elas andam paralelas e integradas, acredito que dê para fazer um trabalho de evolução com os dois sem problema nenhum.

CM: Como é fazer política dentro de uma pandemia?

MP: Trabalho há muitos anos acompanhando a área política. Chama muita atenção porque é muito diferente fazer uma campanha com muitas pessoas que morreram e com pessoas de alto estima baixa por conta de tudo isso. As mídias sociais, sendo bem utilizada, ela consegue alcançar muito bem as pessoas. Quem tinha um trabalho realizado no passado e conseguiu reproduzir dentro da mídia social, sai na frente. Além de conseguir fazer uma campanha ainda mais fácil, sem grandes gastos, como acontece normalmente.

CM: Se eleito, qual a responsabilidade de ser vereador em meio à pandemia?

MP: Primeiro, é pensar em ajudar o Executivo a melhorar a autoestima da população. Tentar colocar os incentivos para ajudar as bandeiras que eu levanto. Não adianta a gente apenas pensar em tacar pedra no Executivo. Temos que ouvir a população para levar as informações para o executivo de modo a fomentar o Rio de Janeiro. Eu acredito que nos primeiros anos, de 2021 até 2024, haverá um desafio muito grande. Acredito que será necessário integrar todo Legislativo com o Executivo para poder vencer essa crise.

CM: Você teve ajuda para fazer a sua campanha?

MP: Não, sou um candidato sem fundo partidário e doação, pois entendo que quanto mais doação você recebe, mais você atende o doador do que a população. Acredito que essa tomada tinha que ser cada vez mais comum. Afinal, o candidato gasta tanta sola de sapato e no fim alguns escolhidos recebem fundos partidários e doação, o que deixa o jogo muito desigual.

CM: O que você pode dizer para conquistar seus eleitores?

MP: A minha proposta é trazer o novo, com qualidade e sabedoria. As pessoas estão cansadas de decepções. Temos que buscar um novo, mas que traga junto experiência, para acabar as decepções. Também quero dizer que a população terá muito acesso a mim, pois quero mudar e melhorar muitas coisas. Então quero que as pessoas saibam que podem me passar os problemas para melhorarmos a vida das pessoas.