É luxo, mas será que compensa?

Por Fernando Pedroso (Folhapress)

Quando chegou no começo de 2016, a Fiat Toro era uma opção maior e mais confortável que a Strada, que já fazia sucesso com a sua cabine dupla, mas de apenas duas portas e banco traseiro apertado. Deu certo, mas faltava uma versão de luxo, que só foi chegar alguns anos mais tarde, a Ranch. Só que ela custa R$ 162.990. Com esse valor dá para levar caminhonetes maiores, como a Chevrolet S10 4x4 flex (R$ 131.090) ou a Toyota Hilux 4x4 a diesel (R$ 149.990).

Para convencer o potencial picapeiro a levar uma Toro Ranch para a garagem, a Fiat incrementou o modelo com penduricalhos externos, como estribos laterais, santantônio na caçamba, ganchos de reboque e muitas peças cromadas espalhadas ao redor da versão.

Por dentro, o tom de marrom nos bancos e nos painéis criam um ambiente rural para a Toro de luxo. O nome da versão está escrito nos encostos e no console central do painel.

Entre os equipamentos estão ar-condicionado digital com controle automático de temperatura, controle de tração e estabilidade, direção elétrica e corrigiu uma falha na linha 2020 que foi ganhar uma central multimídia mais moderna, com tela de 7”. Ela substitui a antiga de 5” que não se conectava com celulares.

Mas uma falha mais grave persiste na picape. Ela só tem airbag duplo. Os laterais só existem, ironicamente, em uma versão mais barata, a Volcano (R$ 155.990). Aí são sete bolsas, com as duas frontais, as duas laterais, as duas de cortina e uma para o joelho do motorista. A versão mais em conta pode ter teto solar, levando o preço para os mesmos R$ 162.990 da Ranch, mas sem os penduricalhos estéticos da versão de luxo.

As duas têm motor 2.0 a diesel de 170 cv, tração nas quatro rodas e câmbio automático de nove marchas. O conjunto agrada. O desempenho é bom e o consumo gira em torno dos 10 km/l na cidade e 13 km/l na estrada.

A tração 4x4 sob demanda é para uso moderado, em trilhas leves, mesmo tendo reduzida. Para um uso mais pesado, talvez seja melhor escolher uma das picapes maiores citadas anteriormente.

Investimentos no Brasil

A fábrica brasileira do grupo PSA receberá a nova plataforma modular CMP. Assim, poderá produzir novas gerações de Peugeot e Citroën. Hoje, a fábrica nacional produz Peugeot 208 e 2008 e Citroën Aircross e C3, além do recém-lançado C4 Cactus. A empresa confirmou um investimento de R$ 220 milhões para adequar a linha de produção de Porto Real (RJ) à nova base. Haverá 30 novos robôs: ao todo, serão 275 máquinas em operação.

O PSA ainda não divulgou quais serão os novos carros produzidos no Brasil, mas uma nova geração de compactos está nos planos.

A fábrica de Porto Real poderá ser dedicada a um modelo de entrada abaixo do novo 208 argentino e também a utilitários compactos, a exemplo das novas gerações de 2008 e Aircross. Só o C4 Cactus permanece.