Hora de gerar emprego no Brasil
Por Cláudio Magnavita*
Durante a pandemia, o Sistema Único de Saúde do Brasil foi apontado como um exemplo mundial de uma rede unificada de atendimento à população. Muito similar à inglesa, porém com um público quatro vezes maior. Como gestor, o Governo federal comete um erro histórico e que foi agravado na pandemia, o da dependência externa de insumos.
O Brasil é o maior comprador de produtos para a saúde no mundo. É um gigante que centraliza, através do SUS, os maiores pedidos mundiais. Este poder deveria ser usado para desenvolver no país a produção da maior parte desses insumos. Não há sentido em comprarmos bilhões da China enquanto poderíamos atrair fabricantes para o território nacional, com o compromisso de priorizarmos de forma cativa e perene esses pedidos. O mais difícil já possuímos, um mecanismo que agregue as compras coletivas. Transformar isso em negócio garante o nascimento de uma base industrial verde e amarela.
O estado do Rio tem uma tradição de abrigar laboratórios e fabricas nesta área. O Brasil é o maior comprador individual de vacinas da Covid no mundo. O governo federal deveria aproveitar este poder e gerar empregos no próprio país. Hora de dizer não às exportações na saúde.
*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã
