Editorial | Dividir a direita no Rio é tudo que Freixo deseja, mas Castro está com Bolsonaro

Dividir a direita no Rio é tudo que Freixo deseja, mas Castro está com Bolsonaro 

Por Claudio Magnavita*

A intriga tem conseguido ser fértil na tentativa de indispor o Governador Cláudio Castro com a reeleição do Presidente Jair Bolsonaro. A suspeição de um palanque Castro/Lula é o prato predileto daqueles que querem um segundo palanque para o Presidente no Estado. Em duas entrevistas, no O Globo e na Folha, o Governador não deixou margens para dúvidas: o seu candidato é Jair Messias Bolsonaro.

Ele já usou as redes sociais para reafirmar o apoio e nos seus discursos cita o Presidente. A sua relação com o Senador Flávio Bolsonaro é de absoluta confiança.

A divisão da direita é tudo que Marcelo Freixo hoje sonha. Não só ele, como Rodrigo Neves e até Felipe Santa Cruz. A própria esquerda está rachada e agora todos apostam na tese de mais um palanque para Bolsonaro, com o objetivo de implodir um blocão que foi formado por alianças políticas que deram ao Governador mais de 60% do tempo do horário gratuito eleitoral. São dois os motivos que os oportunistas defensores do Bolsonarismo usam: a amizade do Governador com o deputado André Ceciliano e o fato de existir, na proximidade do Governador, um gestor que trabalhou em Governos petistas. Repetem como Goebbels a máxima de uma mentira dita muitas vezes que vira verdade.

A realidade é bem diferente do retrato traçado por oportunistas neo-bolsonaristas. É a esquerda que fuzila o ex-companheiro que hoje trabalha para Castro e costura alianças com os partidos da direita. Seria a mesma coisa de crucificar o ex-ministro Tarcísio Freitas de ter sido Presidente do DNIT no Governo Dilma. Ou a atuação do Ciro Nogueira nos Governos do PT.

No caso do Ceciliano, são mais esdrúxulos os argumentos. Como um chefe do Executivo pode não ter um relacionamento cordial com o Chefe do Poder Legislativo? O deputado é outro que apanha da esquerda acusado de ser carinhoso com Castro.

O Governador fez um alinhamento absoluto com o seu partido PL e tem a confiança do presidente nacional, Valdemar Costa Neto, e do presidente estadual, Altineu Côrtes. O próprio Senador Romário recebeu manifestações públicas de Castro. O questionamento feito na fase pré-campanha foi respondido com o alinhamento partidário.

Bolsonaro vai ganhar no Rio, isso fica claro a cada pesquisa. O paradoxo é ele ganhar com Freixo no Guanabara, por conta de um racha injustificado. Cláudio Castro é Jair Bolsonaro e ponto final para o PL. Fora isso, é só intriga de oportunistas de plantão.  

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã