100 mil mortos. O preço do negacionismo

O Brasil, lamentavelmente, já conta mais de 100 mil mortes pelo novo coronavírus, a covid-19. 100 mil famílias enlutadas e destroçadas por uma doença que o país não soube combater e tratou com negligência. Pior: o governo, é indesmentível, tratou com indiferença e negacionismo. Como analisa na imprensa a bióloga Natália Pasternak, fundadora do Instituto Questão de Ciência, “a partir do momento em que você assume nacionalmente o negacionismo da ciência, da doença e da pandemia, com certeza esse cenário se torna inevitável”.

O número de mortos, assustador, não pode ser tratado com naturalidade. Exige, mais que nunca, uma reação forte e adequada do governo para debelar a doença. As vítimas fatais da covid superam a população de 95% dos municípios brasileiros. Assim, apenas 5% dos 5.570 municípios brasileiros têm mais habitantes do que a multidão de mortos, mas o número poder ser ainda maior, diante dos indícios de subnotificação, no Brasil descuidado com os números estatísticos. Só 92 dos municípios ainda não tinham, até sexta-feira, nenhum caso registrado de Covid. É como se morresse um Maracanã lotado, com mais 22 mil pessoas na porta.

Estamos, no mundo, em segundo lugar de mortos, atrás dos Estados Unidos (160 mil), onde Donald Trump, enfrenta uma batalha política, como Jair Bolsonaro, na guerra que questiona a cloroquina. A situação é delicada e as esperanças são depositadas na chegada da vacina.