As forças ocultas da ACRJ

As forças ocultas da ACRJ

Eduardo Eugenio resolve influir na sucessão da Associação Comercial

Por Cláudio Magnavita*

A centenária Associação Comercial do Rio-ACRJ está subordinada aos caprichos do presidente da Firjan, Eduardo Eugenio. Os últimos movimentos na composição da próxima chapa demonstram a vontade de varrer todos os avanços trazido pela atual presidente Angela Costa nos últimos quatro anos.

Primeira mulher a presidir a instituição, Angela Costa pôs o seu prestígio pessoa a serviço da ACRJ, ampliando sua força política e colocando a casa como palco das grandes discussões da agenda econômica e empresarial do Rio.

Em 2020, Angela se licenciou da ACRJ, e concorreu à presidência da Firjan. Enfrentou  com competitividade Eduardo Eugenio, que há um quarto de século preside a Federação. Ele ganhou por poucos votos e esteve realmente ameaçado.

Agora, Eugenio utiliza o seu funcionário José Luiz Alqueres para reduzir o espaço de Angela Costa na próxima gestão da Associação. Nesta equação deve se incluir também a influência de Humberto Mota, que presidiu a ACMRJ nos anos 1992-1993. Há 20 anos é o personagem que determina os rumos da Associação Comercial. Nada acontece sem sua anuência. Mota foi presidente, sucedendo a Paulo Protásio, e, duas décadas depois, decidiu abreviar o retorno, ficando um único período.

Com a Associação Comercial em colapso financeiro devido à redução  da sua principal receita, o aluguel das salas comerciais da sede, Humberto apostou em Angela Costa. Alinhado a Eugenio, com quem voltou a falar após reaproximação feita por Alqueres, tenta reduzir o espaço da presidente.  No acordo de Mota e Eduardo Eugênio, Angela não será reconduzida ao Conselho do Sebrae/RJ. A cadeira vai para Alqueres, consultor da Firjan.

Humberto Mota foi casado com Sônia Chami, e não perdoa Angela pela troca de comando do Conselho de Turismo em seu segundo mandato. Impõe a volta da ex-mulher na nova gestão, que será presidida pelo octagenário Benjamin Nasário, de 84 anos e residente em São Paulo. Mota tem sido o porta voz dos “desejos” do futuro presidente.
O processo de renovação porém avança, já que Humberto Mota Filho, com excelente currículo na área jurídica deverá ir para a Vice-Presidência.

Mota iniciou a vida como jornalista, foi presidente dos Correios, trabalhou com Mário Henrique Simonsen, Aureliano Chaves, Rosinha Garotinho, na Light e hoje está na Duty Free. Sai agora da presidência do Conselho Superior da ACRJ depois de 20 anos, substituído por Marco Paulo Moreira Leite, deixando Eduardo Eugenio a bordo da Associação Comercial.

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã