Os togados e o sangue de André

Os togados e o sangue de André

Por Cláudio Magnavita*

O que a imprensa passou o dia de quinta, 6 de maio, chamando de chacina foi, na verdade, um enfrentamento policial. Os bandidos criaram verdadeiros bunkers no Jacarezinho, no período em que estiveram sob o manto de proteção do STF, que proibiu a entrada nas comunidades, o uso de helicópteros e blindados. Um período de impunidade, com as forças policiais impedidas de combater na raiz os traficantes e suas forças super equipadas.

O policial André Leonardo de Mello Frias foi abatido por um tiro disparado de uma flecheira, em um bunker construído em concreto armado. Pela manhã, as imagens dos telejornais ao vivo, com helicópteros das emissoras mostravam bandidos armados com fuzis, bombas e mochilas com um verdadeiro arsenal. Eles pulavam de telhado em telhado, com imagens transmitidas ao vivo, perplexos com as operações policiais em curso.

Para quem está em Brasília, em um gabinete refrigerado, em um palácio como o STF, é fácil levantar a bandeira dos direitos humanos e inibir a reação do Estado através das suas forças policiais.

Protegem os bandidos e rotulam os policiais de violentos.

Alguém do STF vai chorar a morte heroica do agente André Leonardo? O sangue dele está nas mãos togadas, que deixaram os traficantes se multiplicarem como ratos e construírem bunkers de concreto para abater, com tiro certeiro um chefe de família que estava nos defendendo.

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã