Medalhas de Ítalo e Rayssa justificam mais seriedade no apoio ao esporte

Medalhas de Ítalo e Rayssa justificam mais seriedade no apoio ao esporte

O poder de inclusão dos esportes

Por Cláudio Magnavita*

As vitórias de Ítalo Ferreira, de Bela Formosa, no Rio Grande do Norte, e de Rayssa, a Fadinha do Skate, de Imperatriz, no Maranhão, respectivamente, com as medalhas de ouro e a de prata em duas categorias que estrearam em Tóquio, reafirmam a necessidade de apoiar e desenvolver os programas de inclusão social através dos esportes. Esses talentos brasileiros que afloram são fenômenos da natureza e da garra de nosso povo, do nosso DNA inventivo e de luta. Imaginem quantos Ítalos e Rayssas existem no nosso continental país?

Infelizmente, a deturpação começa com os próprios dirigentes das federações e entidades setoriais, que transformam os seus mandatos em enriquecimento ilícito sem o menor compromisso com as bases e com o desenvolvimento do esporte. Não há messianismo e sim um mercantilismo que migra também para a gestão pública. O esporte e a educação deveriam estar juntos. São irmãos siameses. Não se justifica ter uma Secretaria de

Esportes e uma outra para educação. Nos Estados Unidos, o maior colecionador de medalhas olímpicas, os celeiros de talentos são as escolas e as universidades. Aqui são mundos diferentes.

Por ser formado em Educação Física e ter, na juventude, a prática esportiva como atividade prioritária, se espera do Presidente Jair Bolsonaro uma postura mais agressiva, uma valorização maior da atividade. Se não é para ser ministério, a Secretária Nacional de Esportes deveria estar na estrutura da Educação, como já esteve no passado.

O maior legado da Rio 2016 deveria ser a oportunidade para surgirem talentos. Precisamos pensar no futuro e da capacidade de inclusão social do esporte como projeto de longo prazo. Mas isso os políticos não topam.

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã