Esquerda caviar perde o rumo

Esquerda caviar perde o rumo

Por Cláudio Magnavita*

As minguadas incursões do deputado federal Marcelo Freixo no interior, a exemplo do que ocorreu em Campos do Goytacazes, são reflexo direto da falta de fidelidade partidária do parlamentar. O seu novo estilo de vida, batizado de “Esquerda Caviar”, fruto dos novos ambientes sofisticados que passou a frequentar como consequência do seu relacionamento com a roteirista Antônia Pellegrino, levou-o a procurar uma legenda que deixa mais palatável frequentar a piscina do Copacabana Palace, os apartamentos de frente da Delfim Moreira e Vieira Souto, ou o condomínio do sul da Bahia, a mesma região do acidente do helicóptero que servia a Fernando Cavendish, da Construtora Delta. O PSB, até por servir a oligarquia pernambucana há anos, aceita o novo padrão de vida de Freixo, bem diferente da militância do PSOL, muito mais coerente com as pautas sociais e não de socialites. Na prática, mudou para ser feliz e sem cobranças pelo estilo burguês que o seduziu.

Na mesma toada surge Rodrigues Neves, abrigado novamente pelo PDT, depois de uma tentativa de regressar ao PT ter sido rejeitada. Ele namorou o PSB, sendo atropelado pelo próprio Marcelo Freixo. Resignado, tenta mostrar ao partido brizolista que é um privilégio tê-lo a bordo. Freixo e Neves sonham em disputar o Guanabara em 2022, mas precisam avaliar o estrago que a infidelidade partidária, uma consumada e outra abandonada no meio do caminho, lhes causou.

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã