Para reflexão do setor de turismo

Para reflexão do setor de turismo

Por Cláudio Magnavita*

O turismo, tanto o brasileiro quanto do Rio, não será reconhecido como força econômica enquanto não tiver uma representação política de verdade. Enquanto não tivermos uma bancada federal realmente eleita com recursos e força do turismo. O mesmo nos estados e nos municípios. Não há um projeto político. Não agimos como os ruralistas, o pessoal do agronegócio e demais setores que se organizam e elegem seus representantes.

Estaremos sempre à mercê da sorte e sem força política para influenciar na escolha dos dirigentes oficiais. A falta de uma ação política objetiva nos leva a reclamar e a pedir um protagonismo que não construímos no mundo da política.

Queremos ser reconhecidos mas não nos mobilizamos… Que fundo eleitoral foi criado para elegermos nosso representante? Preparamos nossos líderes? A CNTur é uma piada, e a CNC tem outros interesses.

No estado do Rio, temos a sorte de contar com um dirigente como Antonio Florêncio Queiroz, que abraçou o turismo. Mas é sorte. Deputados como Otávio Leite, Tutuca, entre outros, deveriam receber apoio efetivo e não apenas afetivo.

Queremos ser reconhecidos e influir, mas não fazemos o dever de casa mínimo. Dependemos da sorte.

Em Brasília, temos vários ex-ministros de Turismo que são parlamentares influentes. Algum deles recebe apoio efetivo em sua campanha?

Essa política de tapinhas nas costas, cafés da manhã e blá-blá-blá … é o que deixa o setor órfão de representatividade.

Em São Paulo, isso tem mudado um pouco… mas um pouco por causa da integração do São Paulo Convention, de João Doria Jr (que começou sua vida pública no turismo), Vinicius Lummertz e Abear …. Fora disso é ficção… E é dessa forma em todo o Brasil.

No Rio, na área empresarial, um dos poucos segmentos que tem peso político é o hoteleiro, graças à força de Alfredo Lopes, que cultivou uma agenda pessoal de relacionamento, por uma relação histórica ligada ao mercado imobiliário através da Ademi e Sinduscon, além da construtora que dirige. O Sindicato de Hotéis bebe dessa fonte.

A articulação com Eduardo Paes, por exemplo, remonta ao tempo em que ele era administrador regional da Barra.

Sem uma estratégia política e sem formar uma bancada, o setor de Turismo dificilmente receberá o protagonismo merece.

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã