O erro é de quem comprou e pagou

O erro é de quem comprou e pagou 

Por Cláudio Magnavita*

Manter Carlos Gabas à frente do Consórcio Nordeste, depois dele ter tido sigilo quebrado pela CPI do Rio Grande do Norte, é levar o grupo de governadores do Nordeste a cometer harakiri em praça pública. A solidariedade de nove chefes do poder Executivo estadual, entre eles um ex-juiz federal, Flávio Dino, não serve para blindar os males feitos na seleção, pagamento e contratação de uma pequena empresa para uma compra emergencial milionária. O erro é de quem comprou, pagou e não exigiu garantias, pela insistência de laços de alcova entre o então Chefe da Casa Civil da Bahia, que, por delegação do seu governador, conduziu a negociação. O que ocorreu antes ou depois do processo pode até ser defendido. O desespero da compra e as medidas punitivas adotadas. O dolo está na etapa de quem, como e quanto. A janela de oportunidade que se abriu e foi usada com os mesmos vícios e métodos apontados pela Lava Jato, com personagens tocados pela caneta de Sergio Moro.

O Chefe da Casa Civil foi demitido, um governador, até então probo, está com o nome no STJ e dois ex-ministros do PT, Edinho Silva, alvo da Operação Capitu, e Carlos Gabas, da Custo Brasil, são protagonistas deste sumiço de R$ 48 milhões. Vergonhosa é a cumplicidade silenciosa destes nove governadores de oposição, que criaram uma frente para enfrentar o presidente Bolsonaro e ficaram presos aos vícios cleptomaníacos com o dinheiro do povo. A defesa de parte da esquerda, flagrada novamente com a mão na cumbuca, é dizer que estas acusações são coisas de bolsonaristas.

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã