Às vezes nem com a ajuda dos santos

Por Waldir Castro Jr*

Na quinta, 03 de setembro, o expediente começou às 05:00 da manhã em frente ao computador, esperando o Pronampe e olhando a vista da cidade de Salvador ser tomado pelo sol. Neste cenário de alvorada, resolvi questionar: o que é ser empresário no Brasil?

Será que nos Estados Unido e na Europa, o instrumentos de socorro às empresas obriga os empresários a uma verdadeira maratona?

Primeiro acordar de madrugada para ficar na frente do computador tentando acessar o Banco, depois ter a sorte de conectar à página, se conseguir, rezar para inserir todas informações e ainda orando para finalizar. Como ajuda extra, correr para o santo e prometer: “seu caruru está garantido.”

Infelizmente nosso sistema financeiro é movido por poucos e poderosos Bancos que não tem nenhum interesse em ajudar. Que não demonstram compreender o desespero que os empresários estão vivendo.

Vejam o exemplo da “ajuda emergencial” que sobrecarrega uma única instituição pública, a Caixa Econômica,- única que realiza os pagamentos com filas intermináveis em plena pandemia. Por que o governo não obriga o sistema bancário a participar e diminuir esse flagelo que a população passa em filas nas agências?

No caso dos empresários, o governo já sabe quantas empresas são do simples, se estão ativas e seu faturamento - bastaria o empresário ir a agência, formalizava o contrato, o banco alimentava o sistema do governo e o governo transferiria o dinheiro para conta da empresa. Para fiscalizar, multar, para malha fina o sistema é imbatível. Na hora de ajudar, ele inexiste.

Uma pergunta que todos são obrigados a fazer: É viável ? Sim, porque eles já fazem isso na folha de pagamento e pagam na conta de cada funcionário para quem optou pela MP que reduzia a jornada de trabalho.

O que falta para o sistema funcionar? Boa vontade? Tirar dos bancos privados o poder de decidir a vida e morte das pequenas empresas?

Soluções simples democratizariam o acesso ao crédito e permitiriam quebrar a interferência dos bancos que só privilegiam quem não precisa.

Mas enquanto uma explicação plausível não chega, vamos conviver com a frase: tente novamente, sistema indisponível. Neste caso, nesta barreira tecnológica que parece proposital, nem a promessa do Caruru para o Santo parece funcionar.

*Waldir Castro Jr é sócio da People Equipamentos na Bahia e é empresário da área de eventos e entretenimento