The Masked Macunaíma

Por Wagner Victer*

Vejo rotineiramente artistas brasileiros, até com muita razão, reclamando do esvaziamento da cultura brasileira. No entanto, fico estupefato como muitos estão calados com o novo lançamento Global, pois vejo que está sendo criado um programa empacotado com o surreal nome “The Masked Singer”, que é uma cópia bizarra de um programa de quinta categoria, adquirido do exterior.

O mais surreal é que na veiculação dessa produção bisonha, sequer tiveram a coragem de mudar o nome do título para “O Cantor Mascarado”. Ou seja, uma violência cultural. E o pior é que alguns atores que criticam as práticas equivocadas da cultura de governos com discursos bonitos, se prestam a trabalhar e participar.

Sinceramente quando vi o anúncio de veiculação na televisão, como estava sem som, achei até que era um ressurgimento da Cuca do Sítio do Pica-pau Amarelo ou alguma provocação contra os críticos de vacina, pois apareceu uma pessoa fantasiada de Jacaré, com modelito de Escola de Samba de Terceiro Grupo, cantando, e o pior de tudo é que isso entrará para milhões de brasileiros.

Realmente não podemos ter preconceito contra questões da internacionalização da cultura, mas colocar produções como essa, totalmente bisonha, faz até com que o Programa do Faustão, pelo o quadro da “Dança dos Famosos”, se transforme em um ícone cultural nacional onde pelo menos incluem a “lambada” e o “funk”. Aliás isso não é sequer uma crítica a emissora, mas sim apenas um motivo para reflexão, quanto ao que tem chegado na TV aberta, até porque a Globoplay tem feito produções muito interessantes sobre o cotidiano e a própria cultura nacional, que são bastante relevantes na chamada produção de conteúdo nacional.

Infelizmente não sei se isso é imbecilidade que tentam impor ou até algum efeito colateral da Covid, como dizia o famoso jornalista “The Masked Singer é o ....... !!!!!!!!!
Viva as Organizações Tabajara.

*Wagner Victer is Engineer and Lives in Governor Island