Marcos Aurélio Aydos*
O método consiste em criar um símbolo arbitrariamente (Aras e Lindôra são bolsonaristas e blindam JB) e enxertar nesse símbolo uma carga semântica odiosa para que a pessoa que se vincula a ele também seja odiada.
Nesse caso, o conteúdo vem da própria imagem que fazem de JB: negacionista, genocida, ditador, golpista, misógino.
Uma vez que a pessoa é ARBITRARIAMENTE ligada a JB, ela passa a ser tudo aquilo que os símbolos imputados a ele representam.
NÃO FAZ A MÍNIMA DIFERENÇA se Aras e Lindôra não são bolsonaristas. Ou que se pautem pela técnica jurídica.
O que importa é taxar o indivíduo para que ele seja odiado por meio de um símbolo cujo conteúdo NÃO PRECISA TER RELAÇÃO COM A REALIDADE.
Quando uma pessoa age dessa forma, rotulando o outro para que ele seja odiado, ela não está querendo diálogo, ela quer DESTRUIR UM OPONENTE. Não adianta argumentar que Aras e Lindôra não são bolsonaristas. Hipóteses honestas que poderiam levar a essa conclusão NUNCA serão aceitas por aquele que está os rotulando.
Como então sair dessa!? A única forma é DENUNCIAR A INTENÇÃO de quem está tramando isso tudo, no caso: falar que o interlocutor (imprensa) mente, assassina reputações e DESEJA DESTRUIR Aras e Lindôra para fins escusos.
Quem estuda esse processo mental, que virou uma epidemia do pensamento moderno, afirma que quem age dessa forma (rotulando os outros para destruí-los) espera subserviência do oponente e, quando esta vem, REFORÇA NELE a certeza de que está certo em seu caminho.
Infelizmente, ou a pessoa cede ou vai para a briga e denuncia a instigação do ódio que essas pessoas fazem.
*Procurador Regional da República