Cadê o dossiê dos malfeitos do senador Renan Calheiros?

Cadê o dossiê dos malfeitos do senador Renan Calheiros?

A petulância de um réu contumaz 

Por Cláudio Magnavita*

“Vou lhe dar um presentinho... vou lhe incluir na lista e você será o 81° indiciado...”. A frase do senador Renan Calheiros, dita com sarcasmo e ironia ao senador Luiz Carlos Heinze (PP), do Rio Grande do Sul, encarna o espírito da CPI da Covid do Senado. Ocorreu na última sessão.

Quem é Renan Calheiros para dar de “presentinho” um indiciamento de um colega, que, usando a tribuna, com toda a imunidade que possui como parlamentar, resolveu desafiar os sete cavalheiros da inquisição transvestidos de paladinos da moralidade? Quem é este senador, defenestrado da tentativa de voltar à Presidência do Senado, que, demonizado por seus próprios pares agiu como uma espécie de Anjo Gabriel, com espada flamejante para uma vingança pessoal contra a família Bolsonaro? Renan Calheiros estava na gênese do projeto Collor. Fazia parte da turma de Alagoas que inventou o primeiro presidente impeachmado do país. Traiu Collor. Seguiu uma carreira repleta de negócios escusos e responde a 19 processos. Usou empreiteira para pagar a pensão de sua amante. Não estabeleceu limites entre o público e privado. Como presidente do Senado, não deixou de sair das páginas policiais. Foi atacado no noticiário da Globo e crucificado pelos comentaristas da Globonews. É só fazer uma pesquisa no Google: “Renan Calheiros – Corrupção”, que aparecerão centenas de registros da sua atividade no submundo da política.

O senador Flávio Bolsonaro foi cirúrgico ao desnudar os reais motivos de Renan Calheiros na CPI. Disse coisas que uma pessoa de caráter nunca ouviria sem reação. O senador fluminense disse a verdade, por isso o silêncio de Calheiros. Quem quiser montar um dossiê sobre a vida pregressa de Renan, basta consolidar todos os inquéritos a que responde e sua lista de pecados. A credibilidade do relatório da CPI está atrelada a essa folha corrida que não deve ser apagada.

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã