Quem pagou pelas vacinas?

Quem pagou a vacina dos brasileiros?

Por Cláudio Magnavita*

A vacina está no epicentro das polêmicas de 2021. Foi alvo de CPI; os governadores do Nordeste fizeram um consórcio para compra coletiva da vacina russa; o governador de São Paulo fez acordo com os chineses e começou a produzir no Butantan; uma vacina indiana esteve no meio de uma confusão de uma compra que não se materializou, repleta de intermediários picaretas. Enfim, não faltaram manchetes sobre as doses, as suas aplicações e as filas que formaram. Os resultados estão nas ruas e no comércio, que retomou o quase normal.

O povo brasileiro não criou resistência ao chamamento para receber a sua primeira dose, a segunda e agora a de reforço. O país já possuía uma cultura pró-vacina e isso facilitou a imunização de várias faixas etárias, avançando a campanha de forma extraordinária e colocando o Brasil em destaque no cenário mundial, inclusive perante a Organização Mundial de Saúde. Aplausos para o povo brasileiro, para os mutirões de vacinação e a logística realizada pelos estados. Só que neste cenário salvador, um personagem primordial tem ficado oculto. Pouco se fala nele ou, quando se fala, é para criticar o bater.

As vacinas Pfizer, CoronaVac, Johnson e AstraZeneca possuem algo em comum: o mesmo agente pagador. Quem paga pelas vacinas é um único ente: o Governo Federal. Até setembro de 2021, antes do colapso do sistema do Ministério da Saúde, os gastos com a vacina já estavam em R$13.200.000.000,00 (treze bilhões e duzentos milhões de reais), ou seja, 50% da Medida Provisória que aportou R$ 26.100.000.000,00 (vinte e seis bilhões e cem milhões de reais) só para esta rubrica. Sem este aporte financeiro do Governo Federal, o Brasil não teria os recordes mundiais de vacinação que conseguiu. Até as doses da CoronaVac/Butantan foram pagas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro e pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes. Esta é uma verdade que incomoda a oposição, e tenta ser escondida.

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã