Uma tragédia que atinge um monumento nacional

Uma tragédia que atinge um monumento nacional

Por Cláudio Magnavita*

Esta tragédia nos pertence. Petrópolis é aqui, uma extensão natural do Rio, capital do Império e Capital do Brasil. O que ocorreu a partir das 16 horas deste 15 de fevereiro é de assustar. Não se trata mais de um desastre natural na periferia. Ele atingiu em cheio o centro da mais importante cidade histórica do país. É uma tragédia para todos os fluminenses e brasileiros. Não há dor dos petropolitanos. A dor é de todos os brasileiros. É preciso reagir. Criar uma corrente de solidariedade imediata e ampla, que envolva toda a sociedade civil organizada. A cidade imperial, ou cidade monumento, foi ferida. A imagem de um corpo ao pé do Obelisco da Rua do Imperador é um exemplo da dimensão da tragédia que nos abateu de forma surpreendente e que, sem nenhum aviso prévio, criou um caos urbano de proporções inimagináveis.

Todas as barreiras político-partidárias devem ser colocadas de lado imediatamente. A reação do Governo do Estado foi imediata. O clima é de mutirão de todos os poderes, incluindo outros municípios.

Mais uma vez a reação do Governo Federal é pífia. Até o fechamento da edição não havia sido emitido uma única nota sobre providencias a serem adotados ou manifestação de solidariedade. É inacreditável a incapacidade do Governo Federal de emitir um pio de solidariedade. Neste caso a missão cabe ao Presidente em Exercício, Hamilton Mourão. São nestas horas que a população quer um governo presente.

No Rio, o Governador Cláudio Castro agiu de forma imediata. Cancelou toda uma agenda festiva no Médio Paraíba e se deslocou, em companhia do Presidente da Alerj, André Ceciliano e do Secretário da Cidades, Max Lemos, até Petrópolis. Realizaram um delicado voo de helicóptero noturno e com cenário de chuva para estarem presentes. Deram o exemplo. É tranquilizador. O secretário da Defesa Civil e Comandante Geral do Corpo de Bombeiros, coronel Leandro Monteiro foi o primeiro a chegar. Petrópolis precisa do apoio e sacrifício de todos. 

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã