Crime hediondo que só o Correio da Manhã denunciou

Crime hediondo que só o Correio da Manhã denunciou

Por Cláudio Magnavita*

O Correio da Manhã foi o único jornal nacional a produzir uma série de reportagens denunciando a fraude milionária na compra de respiradores do Consórcio formado pelos nove governadores da Região Nordeste. Não interessava a mídia de oposição revelar a corrupção cometida pelos Chefes de Estado opositores ao presidente Jair Bolsonaro. O circo midiático da CPI da Covid no Senado fez de tudo para tirar de pauta as falcatruas dos governadores nordestinos, que, de uma só vez, torraram R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais). Um dos mágicos dos respiradores era o governador de Alagoas, Renan Filho, filho do senador Renan Calheiros, relator da Comissão Parlamentar de Inquérito.

A Polícia Federal fez nesta terça, 26 de abril, uma operação de busca e apreensão autorizada pelo STJ. O principal alvo é Bruno Dauster, um astro petista, que foi chefe da Casa Civil do governador da Bahia, Rui Costa, então presidente do Consórcio. Partiu de Dauster a ordem de aumentar os preços dos respiradores, com uma original figura de linguagem: “Pode estuprar os estados nesta compra”. Ele ordenava a proprietária da empresa ganhadora a não ter piedade com os preços.

A caixa de Pandora foi aberta por uma CPI da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, presidida pelo deputado estadual Kelps Lima. Advogado experiente, ele fez uma autopsia no maior esquema de corrupção instalado na pandemia e que só desmoronou pelo fracasso do primeiro negócio.

A operação da Polícia Federal e a decisão do STJ reafirmam o peso das manchetes de diferentes edições do Correio da Manhã, nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2021. Enquanto os veículos concorrentes estavam cegos na cruzada de atingir Bolsonaro, o Correio foi o único a mostrar que a corrupção da esquerda e, de forma especial, do núcleo petista no Nordeste, que continuava na ativa. Neste caso, a militância antibolsonarista falou mais alto do que o interesse público. Foi um crime hediondo com verbas públicas, que deveriam salvar vidas.

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã