O maior erro do Mandetta

A incapacidade de o Brasil avançar nos testes para a Covid-19 representa o maior flanco nas ações do Ministério da Saúde. Se pensou em tudo: respiradores, luvas, máscaras, hospitais de campanha e eles ficaram para o final da fila. Sem testes em massa ou por até amostragem, vivemos o fantasma da sub-notificação.

O estudo do grupo Nois – USP, Fiocruz, Puc-Rio entre outras instituições nacionais) apontou uma estimativa de 225 mil infectados pela Covid-19 e que só 8% das infecções estariam sendo detectadas.

A imagem de Super Mandetta está construída em um castelo de cartas. Se os dados do relatório produzido por epidemiologistas estiverem certos, o país estará em um cenário bem diferente do que é apresentado pelo ministério nos shows midiáticos. A taxa de letalidade observada no Brasil para os casos que foram concluídos, pacientes em óbitos e em alta, é de 16,3%, muito mais alta dos países que apostaram na testagem e com dados inquestionáveis, dos quais 1,3% chegaram a óbito.

O Ministério da Saúde errou em não sair na frente na questão dos testes. Vergonhosamente, o primeiro volume de testes chegaou trazido pela empresa Vale. O Ministério só acordou quando os testes sumiram do mercado. Agora é orar e acreditar que Deus é brasileiro.