Aeroportos do Santos Dumont (RJ) e Congonhas (SP) estão vazios, até no horário nobre
Por: Claudio Magnavita*
O grande termômetro da crise que vivemos são os nossos aeroportos. O Santos Dumont (RJ) e Congonhas (SP) são os centros do tráfego executivo.
No início de cada noite, durante a semana, Congonhas fervilhava. Milhares de passageiros, de todos os setores e segmentos, indo e vindo para todas as regiões do país.
O Correio da Manhã acompanhou um voo entre Santos Dumont e Congonhas na última terça-feira, no horário mais nobre.
No Rio, o primeiro impacto. As 18h30m, aeroporto vazio. Havia mais funcionários do que passageiros. A aeronave, com 50% de ocupação.
O cenário em Congonhas foi apavorante. Nem uma sobra do super movimento do horário nobre. Era um aeroporto fantasma.
A percepção da crise é assustadora porque o aeroporto é o ponto de encontro de todas as atividades e de todas as regiões.
O aeroporto fantasma em pleno horário nobre transmite uma mensagem diferente. O país está parado e vivemos um período que a lógica dificilmente associa o tamanho do tombo que sofremos.
Pensar em um aeroporto como Congonhas em plena terça-feira, às 19h30m, com todos os salões vazios, cenário só encontrado quando o equipamento encerrava as suas operações às 23 horas, é um soco no estômago. A sinalização é que a recuperação será mais lenta do que se espera. Este termômetro aponta que o modelo que tínhamos no início no primeiro trimestre está sendo varrido definitivamente do mapa.
*Claudio Magnavita é Diretor de Redação do Correio da Manhã