Em defesa do decoro parlamentar

O episódio do deputado Alexandre Knoploch ocorre exatamente no momento em que a Alerj recupera sua imagem

Por: Claudio Magnavita*

O deputado estadual Alexandre Knoploch, do Rio, se envolveu em uma confusão em Brasília, que resultou no uso de arma de fogo pelo parlamentar, atingindo um advogado. Existem duas versões, uma apresentada pelo parlamentar na mídia, e outra do registro policial na capital federal. São diferentes.

O episódio ocorre exatamente em um momento no qual a Alerj passa por um processo de recuperação de imagem e é palco do impeachment do governador. Um episódio arranha a imagem de todo o parlamento.

Há alguns dias o próprio Correio da Manhã registrou que o parlamentar e sua equipe fizeram a abordagem de um motociclista, sem placa, usando fuzil, armamento restrito para às Forças Armadas.

O próprio deputado se apresentou em Brasília, no dia seguinte ao incidente, para que tudo fosse esclarecido. Atitude louvável, mas que não o exime do dano de imagem causado ao parlamento.

Podia um parlamentar do Rio portar uma arma na Capital Federal, ou seja, fora da jurisdição do seu mandato? O tiro foi no pé do advogado, é fato, e ao seu lado estava o também deputado estadual Rodrigo Amorim. São dois parlamentares jovens que deveriam evitar se envolver em confusão e ainda mais deste tipo. Cabe ao outro jovem, o deputado Jorge Felippe Neto, que ocupa a corregedoria, ter uma reação exemplar neste caso, para não correr o risco de ser conivente.

Não se trata de entrar no disse-me-disse e de quem bateu primeiro ou por que atirou. Ser representante do povo, e ter um mandato com as regalias que a função possui, exige uma postura ética, disciplinada e exemplar, o que neste caso em tela não aconteceu.

*Claudio Magnavita é Diretor de Redação do Correio da Manhã