O processo de renovação é louvável nas duas principais associações comerciais do Rio
Por: Claudio Magnavita*
Não é privilégio do poder público estar envolvido em um jogo político confuso onde se misturam o público e o privado.
A representatividade empresarial também precisa ser repensada, principalmente em duas entidades, a Firjan e a Fecomércio, todas as duas irrigadas com os cofres do sistema S estadual , as operações do Sesc/Senac e do Senai/Sesi.
No comércio, atravessamos uma crise que ainda cicatriza, com a gestão de Orlando Diniz, que acabou preso e agora sucedido pelo seu vice-presidente Antonio Florêncio Queiroz. Escândalos revividos pela delação do ex-governador Sérgio Cabral, falando da triangulação de pagamentos de escritórios de advocacia e repasses ao Poder Judiciário.
Na Firjan, assistimos agora um embate eleitoral sério, capaz de extinguir o ciclo de 1/4 de século do presidente Eduardo Eugênio. Ele enfrenta uma oposição ferrada de Ângela Costa, presidente licenciada da centenária Associação Comercial e presidente do Sindicato da Indústria do Papelão.
A postura de Eugênio de se apegar ao cargo e evitar um rodízio é desproporcional à sua estatura de milionário e de um homem que não precisa das benesses da Firjan para nada. É neste ponto que entra o fator vaidade, que contamina os ocupantes destes cargos, de forma quase vitalícia, e transformam as suas federações em uma extensão da sua vida privada.
O processo de renovação é louvável, tanto na Firjan como na Fecomércio, onde houve uma mudança com lances policiais e que precisa ser repensada para não ser mais do mesmo.
*Claudio Magnavita é Diretor de Redação do Correio da Manhã