Compras de equipamentos do Gabinete de Segurança Institucional do Rio merecem ser investigadas pelo GSI Federal
Por: Claudio Magnavita*
A reportagem da TV Globo, que revela a compra de equipamentos de espionagem pelo Gabinete de Segurança Institucional do governador, merece ser revirada de fio a pavio.
Foi o principal pivô da briga com a Alerj. Mereceu audiências públicas e colocou o executivo nas cordas.
Agora, um relatório vazado pelo Tribunal de Contas do Estado demonstra concretamente a montagem de um esquema, não apenas de varredura, mas de captura de dados.
O caso fica grave com a migração do quadro de inteligência da Marinha, de elementos especializados em inteligência e em, até, guerra cibernética. A Marinha também é a fonte de origem do contra-almirante que comanda a pasta, com status de secretaria, da Segurança Institucional.
Como o governo vivia uma verdadeira guerra de facções, é até previsível que o clima de desconfiança e monitoramento ocorresse. Por isso, a lenda de que as paredes do Guanabara possuem ouvidos, que ficam apurados em época de crise, inclusive.
O quadro original é formado por policiais militares, já que a subsecretaria Militar migrou da Casa Civil para o GSI, uma invenção do Governo Witzel.
Cabe também aos órgãos de inteligência do Governo Federal a apurar se esta máquina foi utilizada no conflito com a família Bolsonaro.
As revelações da Globo, apresentadas pelo excelente repórter Pedro Figueiredo, é uma importante contribuição da imprensa, em defesa da sociedade.
*Claudio Magnavita é Diretor de Redação do Correio da Manhã