Vacina: a corrida dos bilhões

Longe de uma causa humanitária, o interesse de dezenas de países e laboratórios em produzir vacina para o combate à pandemia de coronavírus (covid-19), que assola o mundo, concentra-se prioritariamente nos investimentos e na perspectiva de receitas bilionárias, com as quais a população terá de arcar.

No Brasil, no topo de mortes e casos da doença no mundo, há pelo menos dois projetos importantes, o mais avançado liderado pelo Estado de São Paulo, via o Instituto Butantan, ligado à Secretaria da Saúde daquela unidade federativa.

O Butantan, que tem amplo conhecimento de pesquisa biológica, fez um acordo com o laboratório chinês Sinovac Biotech, por intermédio do governador João Doria, fato que gera polarização política inexplicável para um momento tão dramático da sociedade.

Pelo governo federal, o presidente Jair Bolsonaro determinou ao Ministério da Saúde um acordo com a Universidade de Oxford (Inglaterra) e o conglomerado anglo-sueco AstraZeneca.

Para exemplificar o interesse bilionário que está em jogo, basta citar o caso do Brasil. Bolsonaro, ainda recentemente, assinou medida provisória que libera R$ 1,9 bilhão para vacina contra a covid-19. . Você leu corretamente: R$ 1,9 bilhão. O valor será destinado ao pagamento da farmacêutica AstraZeneca pela tecnologia, à adequação da Fiocruz e à produção.

Importa para o País que as suas iniciativas tenham sucesso e que o brasileiro possa, urgentemente, ter acesso a vacinas de qualidade e, especialmente, de custo acessível para todos nós.