Generais cacifaram Pazuello e agora Governo fica de joelhos para China e Doria

Por Claudio Magnavita*

Alguém precisa lembrar ao ministro Eduardo Pazuello que o Brasil tem 200 milhões de habitantes. As únicas doses que conseguiu, confiscando de São Paulo seriam suficientes para imunizar apenas 3% da população. Se já for reservada a segunda dose, estamos falando de 1,5%. A situação é calamitosa. As doses retidas na Índia vacinariam 1% da população ou 0,5%, se considerarmos a dose dupla.

Como ficam agora os avalistas do ministro general? Na primeira crise entre Pazuello e o presidente Jair Bolsonaro, os generais que estão no Governo fizeram espírito de corpo e endossaram o colega ministro, praticamente colocando o presidente na parede. O principal aliado de Pazuello foi o general Luiz Eduardo Ramos, o mesmo que, por motivos opostos, exigiu a saída do então ministro Marcelo Álvaro Antônio.

O fracasso de Pazuello é inquestionável. Sem jogo de cintura, entregou o Dia D da vacina ao governador João Doria. No embate com o governador, saiu nocauteado.

A única vacina que nos restou, com números insignificantes, foi a demonizada pelo Governo Federal, que promoveu uma xenofobia global contra a China. O Governo é colocado agora de joelhos diante dos chineses. Pagam o preço de uma histórica incontinência verbal. Devemos pedir agora socorro a quem? Ao Trump? O Pazuello que está aí é fruto dos generais que o cacifaram. E agora? Cadê as vacinas? Fazem o governo ficar de joelhos para a China e até para o Doria.

*Claudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã