Não podem ficar impunes

Por Claudio Magnavita*

Qual seria a sua reação, caro leitor, se um parente idoso seu recebesse uma “vacina de vento” de um bandido vestido de branco? Reflita! Veja se não explode um sentimento de indignação no seu peito? Além da raiva, brota uma vergonha de existir um brasileiro capaz de um ato tão hediondo.

Um idoso enfrenta uma fila, sai de casa, procura a cura e a proteção no meio de uma pandemia. É escalado para receber a primeira dose de uma vacina e ela é aplicada de forma fake. Um ato que pode significar a diferença entre a vida e morte. Estes fatos ocorreram em várias cidades e foram identificados por meio de filmagens domésticas realizadas por familiares. Como alguém ligado à saúde condenada um ancião praticamente à morte?

A pandemia fez mostrar o lado torpe da humanidade. São quadrilhas instaladas nos governos do Rio e do Amazonas, de uma mesma legenda partidária, que roubaram na compra de insumos e equipamentos hospitalares. O caso dos hospitais de campanha do Iabas, envolvendo Witzel, Pastor Everaldo, Edson Torres, Gabriell Neves é tão hediondo como as vacinas de vento. O problema é a sensação de impunidade. Um profissional que coloca um idoso no corredor da morte não merece piedade nem clemência. É o mesmo caso de um governante que desvia dinheiro público destinado a salvar vidas. Todos mereceriam enfrentar o pelotão de fuzilamento e serem despachados só com passagem de ida ao inferno.

*Claudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã