Para atingir Bolsonaro implodem o Brasil

Por Claudio Magnavita*

O STF pulverizou o Brasil em 5.570 brasis, ao empoderar o gestor municipal como autoridade suprema das medidas de combate à Covid-19. Nem um governador manda mais do que um prefeito.

Este Frankenstein local, que retirou os poderes do Ministério da Saúde, acabou gerando o colapso de Duque de Caxias na sexta, 5, quando o prefeito Washington Reis resolveu vacinar a população entre 60 a 80 anos. Foi um caos. Governos do Estado e Federal de mãos atadas pelo Supremo.

Começou um visível processo de demonização do presidente Jair Bolsonaro. A febre desmedida de lockdown é seletiva. Em São Paulo, alguns setores podem e outros não. Quais os critérios desta seleção? Uma coisa é comum a todos os níveis do poder público. Nenhum funcionário ou gestor que decide a vida ou morte das empresas está sendo penalizado nos seus trabalhos. É fácil mandar um ambulante ou garçom ficar em casa quando o sustento do ordenador não é colocado em risco. Se alguém for morrer de fome não será, com certeza, um funcionário público.

Enquanto se fecham os shoppings e comércios, os governos não movem uma palha para resolver o drama da superlotação do transporte público. No Rio, o BRT poderia ser rebatizado de CCC – “Câmara de Contaminação Coletiva”. Responsabilizar Jair Bolsonaro pela explosão da Covid no Brasil é uma ação conjunta que une governadores de oposição e a parte da mídia antibolsonarista.

As falas da OMS são sempre em resposta a perguntas de correspondentes da Globo. Não há declarações espontâneas, mas sempre respostas dirigidas. As perguntas raramente são exibidas.

No Rio, o primeiro ato da nova gestão municipal foi acabar com o Hospital de Campanha do Riocentro. 500 leitos de UTIs agora fazem falta.

O STF empodera prefeitos e governadores, o noticiário anuncia o caos, jogando o ônus sobre um Governo Federal alijado pelo Supremo. Para atingir o presidente, regiões comandadas por oposicionistas adotam o lockdown, gerando desemprego e criando um estado de colapso.

Os shoppings investiram e adotaram protocolos rígidos de segurança, mas são trancados a bel prazer de um bem remunerado gestor e continuam pagando IPTU, mesmo fechados. Tivemos Natal, Réveillon e Carnaval repletos de aglomerações. Os poderes públicos estadual e municipal tiveram dificuldade de coibir. A conta agora chegou.

O presidente erra e afasta o apoio empresarial por falar coisas inócuas. Se o presidente revisar seu vocabulário, não lhe faltará apoio. Quem assiste ao noticiário da Globo quase não terá coragem de sair de casa. Não há um aceno positivo. Aliás, só se for contra Bolsonaro.

Para agravar, uma bolha de bajuladores tenta manter o presidente preso em uma retórica infantil, enquanto o STF empodera prefeitos e governadores, empresários perdem seus negócios para um lockdown sem critério. Funcionários públicos preservam salários. Festas clandestinas pipocaram e a culpa de tudo é, pela imprensa de oposição, do presidente. Algo está errado. O Brasil precisa parar de destruir o próprio Brasil.

*Claudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã