Altivez em defesa do Rio

Por Claudio Magnavita*

O embate entre os governadores Cláudio Castro e João Doria serviu para fixar a imagem que poucos conhecem do atual chefe do Executivo fluminense. Ele sabe estabelecer limites e tem sido duro em cobrar seus auxiliares e até em exigir do governo federal as promessas que lhe são feitas.

A figura dócil, educada e até cordial do vice tem sofrido uma transformação natural pelo peso das responsabilidades que hoje recaem nas suas costas. Para governar é preciso pulso forte e ele está surgindo na medida em que a sua interinidade o transforma em governador de fato e de direito.

Este processo de transição, no qual Castro deveria ser comedido em seus atos como gestor provisório, deixou de existir após o afastamento de Wilson Witzel por um ano pelo STJ. O processo de impeachment segue na reta final e o estado não podia ficar à deriva com os enormes problemas que enfrenta.

O próprio Castro deve refletir se a sua reeleição passa pelo apoio incondicional ao presidente Bolsonaro, principalmente por existir uma máquina federal que não responde às determinações presidenciais sobre as demandas do Rio.

O Castro Pit-bull existe e o governo precisa de um dirigente que imponha respeito tanto internamente como nacionalmente. É um aviso aos secretários que pensam que comandam feudos. O governador não é refém de nenhum passado. Vai mudar de legenda na hora certa. Já apanhou muito para lhe dar um atestado de resistência. O Rio precisa deste lado pit-bull.

*Claudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã