Irregularidades na Petrobras precisam de punição

Irregularidades na Petrobras precisam de punição

Por Cláudio Magnavita*

O que ocorreu na Petrobras nos últimos meses não pode ser esquecido. O ex-presidente rebelde da empresa desafiou os acionistas majoritários e esticou a corda além do bom senso.

O aumento do gás de cozinha de 39 % na véspera da sanção da Lei do Marco Legal do setor. Os benefícios que traria de imediato foram diluídos pelo reajuste. Roberto Castello Branco, já demissionário, fez de tudo para provocar o Planalto. Só não contava que a sua soberba desmoronasse em uma série de negócios que precisam ser esclarecidos. Entre os mais graves estão os negócios de venda de opções de ações por pessoas muito próximas, que tiveram ciência da sua saída. Merece também ser colocada a lupa sobre a venda da Refinaria Landulfo Alves, com o preço questionado pelo TCU.

O novo presidente da Petrobras, general Silva e Luna, tem o dever de apurar os atos do seu antecessor.

A forma pela qual Castello Branco conduziu a petroleira foi de total insubordinação, desafiando a função social da empresa. A pandemia e a situação econômica delicada só serviram para a sua quarentena de quase um ano. Ganhando R$ 400 mil por mês, ele passou um ano em home-office, confabulando contra o presidente Jair Bolsonaro.

O presidente Bolsonaro acertou em determinar o seu afastamento. Cortou uma parte gangrenada, não apenas na hierarquia, mas, como vemos agora, também em negócios nebulosos.

A escolha de Silva e Luna coloca ordem na casa e restaura a importância da Petrobras. A fase em que seus dirigentes serviam cegamente o mercado ou até especulavam nele chegou ao fim.

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã