A liberdade acima de tudo

A liberdade acima de tudo

Por Cláudio Magnavita*

Perdemos a liberdade! A consequência: proíbem-nos de trabalhar, de mandarmos os filhos para a escola, perdemos o direito de ir e vir; parques e praias públicas só podem funcionar ao sabor da política de alguns prefeitos e governadores, como se fossem ditadores!

Sem nunca terem vivido dentro de uma empresa, nos dizem quanto podemos trabalhar, se podemos trabalhar e a que horas podemos trabalhar. Ainda assim, continuam cobrando e exigindo os impostos sob pena de multas altíssimas pelo não pagamento, enquanto muitas empresas foram obrigadas a fechar por mais de 4 meses e outras tantas não conseguirão reabrir. Sequer submetem suas decisões às câmaras municipais ou assembleias legislativas. Alguns prefeitos e governadores agem como tiranos, ignorando a democracia.

Por uma decisão inusitada do Supremo Tribunal transformaram a Federação em uma confederação onde os estados viraram países e os municípios viraram estados. Nessa desordem institucional criada, o povo se encontra altamente vulnerável, isolado dentro de suas casas, impedido de trabalhar ou, sem ter onde e como trabalhar. Estão acabando com o maior programa social: o emprego!

Uma parte da mídia, diuturnamente, só transmite notícias de mortes por covid carregadas de opiniões politizadas, rompendo com o conceito do jornalismo sério e informativo. Criam pânico na população, trazendo danos muitas vezes irreversíveis ao estado mental dos cidadãos, tornando-os prisioneiros de suas próprias mentes.

Uma pesquisa do Centro Nacional de Estatística de Saúde Norte Americano (https://www.cdc.gov/nchs/nvss/vsrr/covid_weekly/index.htm) (NCHS, sigla em inglês) do Centro para Controle de Doenças (CDC) apontou que apenas 5% de todas as 546 mil mortes ocorridas nos Estados Unidos desde o início da pandemia foram causadas pelo Covid-19. Aqui no Brasil as “causas mortis” durante a pandemia devem ser investigadas dentro deste mesmo critério. Há que se diferenciar mortes “de covid”, das mortes “com covid”. O Big Brother da Covid precisa acabar!

Toda essa tragédia poderia ser evitada se os governos municipais e estaduais, cujo sistema público de saúde já se encontrava colapsado há muito tempo, tivessem mantido os hospitais de campanha para atender as urgências da pandemia e que tivessem utilizado os recursos de forma transparente.

Outras providências, como a orientação detalhada e o controle dos infectados, monitoramento médico de doentes por telemedicina, rastreamento do contágio, testagem em massa, interdição dirigida aos focos de contágio, melhora do sistema de transporte público, dentre outros exemplos estrangeiros, não parecem nem terem sido cogitadas. Uma das grandes ações midiáticas foi manter o comércio e muitas atividades de serviços fechados e acabar com milhares de empregos.

32 milhões de pessoas estão procurando empregos atualmente no Brasil. Há um severo agravamento das condições socioeconômicas no país. Todas essas mazelas terão que ser pagas pelos contribuintes que estão tentando sobreviver economicamente. Toda essa tragédia poderia ter sido evitada se não fosse a inequívoca e equivocada decisão do Supremo Tribunal Federal ao delegar o controle da pandemia a 5.570 prefeitos e 27 governadores, que pouco sabem lidar com um surto de gripe, dengue ou chikungunya, quanto mais atuar perante uma pandemia mundial. O Brasil agora se tornou a maior confederação do mundo e muitas vidas não foram salvas!

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã