A incapacidade de reação é grave

A incapacidade de reação é grave

Por Cláudio Magnavita*

É assustadora a incapacidade do Governo Bolsonaro reagir com veemência ao ataque mais sério que sofre por conta da construção de uma dialética que coloca a corrupção no colo do presidente.

Quem conhece o presidente Jair Bolsonaro sabe da sua alergia aguda a corruptos, corruptores e à corrupção. Se tivesse pena de morte, como na China, corruptos seriam fuzilados.

Este  caso da vacina indiana merece e precisa ser investigado a fundo. Foi um erro colocar o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde para fazer a defesa. Se existe algo de errado ou tentativa de algo errado, todos naquela pastas estão sob suspeição, inclusive o ex-ministro Pazzuello. Se for apontada tentativa de dolo, cadeia imediata para todos.

Erra também o presidente em receber um deputado que tem uma folha corrida de 17 minutos de acusações no “Fantástico” e colocá-lo em uma missão a bordo de uma aeronave da FAB. É um falastrão, oportunista, capaz até de assumir os trabalhos da CPI, como fez na sexta (25), com o beneplácito do presidente Osmar Aziz e do relator Calheiros.

No Rio, circula há meses a história de um empreiteiro chamado para emitir uma nota extra de R$ 50 mil por uma obra feita em uma instalação do Exército. Ela seria dividida em dois. Só esses rumores deveriam acender a luz vermelha. A conclusão é que o Governo perdeu a capacidade de investigar, a ABIN é alegórica e a estrutura de comunicação social não funciona. A moral da tropa está ficando baixa e a situação exige reação. Apurar, doa a quem doer, e parar de tentar justificar o injustificável. Existem sinais de fumaça que precisam ser apurados. O presidente Bolsonaro terá de ser duro, aliás, muito duro.  

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã