Ser aliado não é ser subserviente

Ser aliado não é ser subserviente

Por Cláudio Magnavita*

O Governo Federal tem tido, por parte do governador Cláudio Castro, atitudes de sintonia, que colocam o Rio como a unidade federativa mais afinada com os programas do presidente Jair Bolsonaro. No respeito às normas do Plano Nacional de Imunização, do Ministério da Saúde, o Rio foi respeitoso e fez o contraponto aos estados que queriam agir de forma independente, sem respeitar o poder central. Ser aliado e obediente, não significa ser subserviente, e o Rio de Janeiro não pode pagar um preço exatamente por ter uma posição exemplar.

A falta de pulso do Ministério da Saúde para impor um conceito totalmente defensável, o da adoção das mesmas normas dos estados fronteiriços pelo destino que mais recebe turistas nacionais e internacionais, levou à exclusão da lista daquelas unidades que receberão maior número de doses da vacina. Uma simples ligação do governador Cláudio Castro ao colega do Piauí e coordenador da frente de governadores no combate à Covid, Wellington Dias, resultou na adesão à ideia. Por que o próprio ministro Queiroga ou Ministério demoveram esses obstáculos políticos? Se o medo era a judicialização, por que não enfrentar e deixar para o ministro Fux, que é do Rio, decidir? O crescimento dos casos da variante Delta dão o respaldo necessário.

O governador agiu certo ao demonstrar a sua insatisfação. A segunda batalha será esta semana com Paulo Guedes na questão da dívida da PNP Paribas. O Rio precisa ser tratado com respeito pelo Governo Federal e com a mesma reciprocidade de diálogo.

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã