Advogados comemoram derrota de Bretas no STF, que anulou atos do juiz

Advogados comemoram derrota de Bretas no STF, que anulou atos do juiz

Um 11 de agosto que precisa ser comemorado 

Por Cláudio Magnavita*

Este 11 de agosto será diferente para advocacia brasileira. O presente foi dado pelo STF, através da Segunda Turma, que, no dia 10, por decisão de 3 x 1, anulou o maior ataque já realizado à advocacia desde o Império. Sem a existência de um inquérito e no seio do lavajatismo inconsequente, o juiz Marcelo Bretas havia promovido busca e apreensão contra 30 advogados, tanto em seus escritórios como nas residências. Também bloqueou R$ 1,2 bilhões das contas e ativos dessas pessoas jurídicas e físicas, valor 10 vezes superior a um possível dolo que envolvia o possível pagamento de honorários fictícios.

Um dos escritórios, muito renomado no Rio, solicitou perícia judicial dos contratos e recebeu, na semana passada, o laudo que atesta que trabalhou – e muito – para o seu cliente. É também um dos que não foram ouvidos, já que não houve inquérito nem oportunidade de apresentar sua defesa em uma possível investigação. Foram simplesmente indiciados, tiveram suas contas bloqueadas e sofreram busca e apreensão com uma violência imperdoável.

Os escritórios moverão agora ações indenizatórias. Eles resistiram a um linchamento moral de parte da mídia, que endeusava os excessos de Bretas e dos promotores, os mesmos que estão na mira do CNMP pelo vazamento de informações.

Lamentável a posição do ministro Edson Facchin, logo ele, oriundo da advocacia, tendo atuado para o PT e o MST, ao se colocar contra o relator e a maioria da Segunda Turma.

A advocacia é uma das salvaguardas da sociedade civil contra os abusos e ataques de togados travestidos de paladinos da justiça. Criminalizar a figura do advogado e violentar os seus escritórios e lares, além de estrangular a oxigenação financeira, foram atos arbitrários e inaceitáveis. A seus autores, deveria ser vedado o direito de portarem carteiras da OAB. Caberá agora à justiça estadual e ao MPRJ cuidar desse caso. Este 11 de agosto deve ser comemorado com um brinde ao STF. 

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã