Chaves, um herói que nos tocou
Por Cláudio Magnavita*
Existem pessoas que nos tocam. Elas recebem algumas missões cuja só compreendemos a importância quando existe um certo distanciamento histórico.
Sem dúvida, o médico Carlos Alberto Chaves de Carvalho conseguiu tocar todo um governo estadual e assumir um protagonismo quando o setor que foi chamado para comandar estava totalmente colapsado, sem moral e tinha sido o foco da corrupção hedionda em plena pandemia. Coube a ele juntar os cacos.
Já com idade, aposentado, com carreira na Marinha do Brasil, Polícia Civil e Ministério Público, ele trouxe uma fusão de realidades colocadas à disposição, entre elas o fato de ser brevetado e amar helicópteros.
Foi o autor da maior operação de logística já realizada pelo governo para entregar as vacinas aos quatro cantos do estado. Usou seus pássaros mecânicos e, muitas vezes, ia a bordo. De macacão, ele se misturava com a equipe e no trato com a mídia foi de uma franqueza rara e objetiva. Foi a pessoa certa, na hora certa e no lugar certo para implantar, com sua genialidade vulcânica, uma operação de guerra que salvou muitas vidas. Tombou pela Covid, a doença que ajudou a vencer por vários meses. Teve guarda fúnebre dos Bombeiros, suas águias em voo de homenagem jogando pétalas de rosa. Entrou para a história como um herói abatido em luta contra a pandemia.
*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã