A importância de o governo reagir

A importância de o governo reagir

Por Cláudio Magnavita*

A mídia do Rio segue o mantra anarquista: “Hay gobierno? Soy contra!” Tem sido assim há anos, para insônia dos governantes. Aliás, a imprensa “deve servir aos governados e não aos governantes”, já dizia o personagem Ben Bradlee, vivido por Tom Hanks no filme “The Post”, sobre Kay Graham, que teve uma vida semelhante à de Niomar Muniz Sodre Bittencourt, do Correio da Manhã. O próprio ex-governador sucumbiu por ter a mídia em seu calcanhar de forma implacável.

Existe, porém, uma agenda positiva, e o radicalismo da mídia não permite o reconhecimento dos bons feitos, sob o risco de virar “chapa branca”. O atual Governo do Rio está aprendendo a reagir e a rever alguns cenários. Na manhã da segunda, 13, o apresentador Flávio Fachel, pilotando as duas horas e meia do “Bom Dia Rio”, espinafrou a Seap por não haver liberado um jovem inocente, preso pelo kafkiano reconhecimento fotográfico de uma imagem de quando ele tinha 15 anos. Com uma eloquência indignada dos pampas, que, aliás, já o faz despontar mas pesquisas de candidatos ao Senado, Fachel crucificava o agente penal, que achou um erro material no pedido de soltura. Enquanto a matéria se desenrolava, o novo titular da pasta, Fernando Veloso, que foi comentarista de segurança da Globo, entrou em campo e, com alguns telefonemas, colocou ordem na casa. O telejornal foi concluído de forma emocionante, com o jovem sendo liberado e familiares abraçando-o. E o que seria uma pauta negativa virou um reality show da liberdade.

Dias antes, o secretário de Polícia Civil, delegado Alan Turnowski, reverteu um ataque incendiário do deputado Marcelo Freixo, colocando, em vídeo, os pontos nos “is”, sendo seguido pelo próprio governador. Pouco a pouco, o Governo reage e deixa de ser uma Geni, que só apanhava da mídia. Ações que levantam a moral da tropa.

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã