Fla dá péssimo exemplo

Fla dá péssimo exemplo

Por Cláudio Magnavita*

A questão da volta do público aos estádios vem movimentando os debates políticos e esportivos nos últimos tempos. Enquanto a maioria das equipes do Brasil se mostra contrária às aglomerações nos estádios, o Flamengo surge como líder de um movimento sem adeptos que ignora a questão sanitária que o país e a cidade do Rio de Janeiro vivem.

Apesar do momento de recessão ocasionado pela campanha de vacinação contra a Covid-19, o Rio segue como epicentro da variante Delta no país, enquanto sofre com falta de insumos e vacina.

Será que este é mesmo o momento de trazer milhares de pessoas para dentro do Maracanã?

O prefeito Eduardo Paes, que por meses disse ser contra essa medida – após os fracassos sanitários nas finais da Libertadores e da Copa América, nas quais foram encontrados atestados forjados na entrada dos eventos, além das temerárias aglomerações no exterior do estádio – cedeu aos desejos da diretoria flamenguista e autorizou o Rubro-Negro a atuar diante de torcedores na Cidade Maravilhosa.

Isso é o Rio de Janeiro agora? Uma cidade refém de dirigentes do futebol? Entrando na questão esportiva, o Fla também ganha vantagem sobre os adversários, que não contarão com o apoio de suas torcidas. Nesse show de horror, o Flamengo dá péssimo exemplo ao agir com uma pequenez que não condiz com sua torcida.

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã